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Comunicação conjugal:

círculo vicioso 

Uma casal em uma sessão de terapia conjugal.

Marido (falando para o terapeuta):

Se eu quiser ter paz em casa, não devo interferir no 

modo como ela quer as coisas.

Esposa: Isso não é verdade... Eu gostaria que você demonstrasse um pouco mais de iniciativa e, pelo menos, tomasse alguma decisão...

Marido (interrompendo): Você nunca me deixou fazer isso!

Esposa: Seria um prazer deixar... só que, se eu deixar, nunca irá acontecer coisa alguma; e depois, é claro, eu é que terei de cuidar de tudo em cima da hora.

Marido: (ao terapeuta): Está vendo? Não se pode cuidar das coisas e quando elas surgem... elas têm de ser planejadas e organizadas com uma semana de antecedência.

Esposa (irritada): Dê-me um só exemplo, nos últimos anos, em que você tenha feito alguma coisa.

Marido: acho que não posso... porque é melhor que eu deixe você levar as coisas ao seu jeito. Descobri isso logo no início do casamento.

Esposa: Você nunca se portou de maneira diferente. Desde o início você sempre foi assim... sempre jogou toda a responsabilidade pra mim!

Marido (falando ao terapeuta): Eu sempre pergunto a ela:  "onde é que você gostaria de ir esta noite?" ou "o que você gostaria de fazer neste fim de semana?" , ela não percebe que eu só quero é ser gentil e ainda furiosa comigo...

Esposa(ao terapeuta): Sim, o que ele ainda não entendeu é que, se a gente recebe esse "tudo o que você quiser, meu bem, para mim está bom", mês após mês, começa a sentir que nada do que queremos faz a menor diferença...

Observe que toda comunicação conjugal doentia é um círculo vicioso que não pode ser interrompida se o casal continuar nessa relação de "causa e efeito". No exemplo acima não podemos estabelecer o que é "causa" ou  o "efeito", nem um nem outro desses conceitos é aplicável por causa da circularidade, ou seja,   do círculo vicioso da comunicação entre o casal.

A esposa arma-se contra o marido por se sentir julgada, ela considera o seu comportamento o "efeito"  do comportamento dele, enquanto o marido, também se arma contra a esposa de modo defensivo.

Isto leva-nos ao importante conceito de profecia que promove a sua própria realização. O que venha a ser isso: é o comportamento que provoca nos outros a reação à qual o comportamento seria uma reação adequada. Por exemplo, uma pessoa que atua de acordo com o pensamento: "ninguém gosta de mim" comporta-se de maneira desconfiada, defensiva ou agressiva, à qual os outros reagiram de modo antipático, assim corroborando ao pensamento inicial.

Resumindo, o casal em questão só se comporta reagindo e não provocando atitudes, presos nessa comunicação doentia. 

"Quando a boca fala, os órgãos falam, quando a boca fala, os órgãos saram." Adalberto Barreto

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