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O conceito de triangulação refere-se a um sistema interacional entre três pessoas. Isso não quer dizer necessariamente algo bom ou ruim, mas algo próprio das relações dos seres humanas que a criam como respostas aos enfrentamentos dos suas ansiedades como definiu Murray Bowen. Quando a ansiedade sobrevém, o pertencimento se evidencia. Michael Nichols assim descreve a influência da ansiedade sobre o triângulo emocional:


“ Conforme a ansiedade aumenta, as pessoas sentem uma necessidade maior de proximidade emocional (pertencimento) – ou, em reação à pressão dos outros, uma maior necessidade de distância. Quanto mais as pessoas forem impulsionadas pela a ansiedade, menos tolerantes elas serão umas com as outras e mais serão polarizadas pelas diferenças.”

Quando duas pessoas não conseguem resolver os seus conflitos, provocando assim, uma ansiedade entre elas, a tendência natural é que envolvam outra pessoa. O problema encontra-se quando isso se torna uma característica do sistema familiar, tornando-se um padrão do não pertencimento. Haley descreveu esse padrão de “triângulo perverso”, isso porque é uma coalizão oculta que solapa hierarquias geracionais. Selvini Palazzoli chama de imbróglio uma triangulação em que um dos membros envolvidos está sendo trapaceado por um dos seus genitores. Assim ela descreve o termo:

Por imbróglio entendemos um processo interativo complexo que parece estruturar-se e evoluir em torno de uma tática comportamental específica posta em prática por um dos pais, caracterizada por ostentar como privilegiada uma relação diádica intergeracional (pai-filho) que, na realidade, não existe. Esse aparente privilégio não é afetivamente autêntico, pois trata-se do instrumento de uma estratégia voltada contra alguém, em geral o outro genitor”.

Uma vez que a trapaça é descoberta pelo o paciente identificado, o sentimento do não pertencimento, ou de traição o leva a uma vingança encoberta, que apresenta um comportamento sintomático. Que resulta de uma ruptura emocional ou como Bowen assim o chama de rompimento emocional que é a forma como o paciente identificado administra a ligação não-resolvida em relação aos seus pais.  O sentimento do não pertencimento é tão grande que gera uma necessidade de pertencer a outro grupo preenchendo o vazio existente. Guy adverte que tal evento gera um pseudo sentimento de autonomia, assim ele diz:

“Esta pseudo-individuação, pseudo-autonomização, conduz a que, na adolescência, quando se trata de começar a afastar-se do meio familiar, o afastamento não se possa fazer senão com a ruptura, ..., e não em separação verdadeira. Não é de admirar que a ruptura conduza à adesão a um novo grupo como a banda ou o grupo de amigos, onde reina a regra da dependência enquanto segurança na autonomia, mesmo que artificial”.

Quanto mais intenso for o rompimento emocional com os pais, mais a carência que o paciente identificado tem de intimidade com eles. E consequentemente repetirá em futuros relacionamentos o mesmo comportamento.

Triangulação e Ruptura

 

Pertencer a um triângulo significa estar diretamente envolvido na dinâmica relacional interpessoal. O triângulo primário – pai, mãe e filho – reforça o fato de que sem os dois primeiros, pai e mãe, não existiria o terceiro, o filho. A ansiedade existente sobre esse triângulo, uma vez que não seja bem administrada, provocará o sentimento de não pertencimento sobre um dos membros.​

"Quando a boca fala, os órgãos falam, quando a boca fala, os órgãos saram." Adalberto Barreto

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